Como pode um clube que arrecadou
aproximadamente meio bilhão com vendas de jogadores na última década estar à
beira do precipício quando o assunto são suas finanças e receitas? A resposta é
simples, mas como explica-la, nem tanto e requer muita autocritica e um singelo
exame de consciência.
Neymar, Ganso, Rodrygo, Gabigol,
Danilo, Alex Sandro, Wesley, André, Jonathan, Zé Eduardo (até com o Zé Love o
clube ganhou dinheiro), Alan Patrick, Felipe Anderson, Rafael, Thiago Maia,
Geuvânio, Serginho e Emerson Palmieri são alguns dos atletas com os quais o
clube arrecadou esse montante e hoje se vê na UTI agonizando por dias melhores.
Como é possível? Com má gestão e transbordamento de vaidades principalmente.
Outro assunto que causa um grande
desconforto é o tal embate Vila Belmiro vs Pacaembu, aliás, sobretudo quando o
discurso de rincha é entre torcedores do próprio clube. Qual torcedor não
gostaria de acompanhar a partida do seu clube de coração com um mínimo de
conforto e comodidade? Mas será que no caso do Santos, o problema do baixo
público é tão somente o local de mando das partidas? Enquanto isso, a
arrecadação com bilheterias é acachapante e muitas vezes danosa aos cofres do
clube.
Dificuldade na aquisição do
ingresso é um problema recorrente, assim como a complexidade de pagar um
simples boleto e até mesmo de recebe-lo ou gerar-se uma segunda via para
pagamento da mensalidade de sócio torcedor via site do clube. Sim, isso é real
e ainda acontece e o resultado é a baixa adesão na associação de novos contribuintes
e até mesmo o aumento da inadimplência, gerando assim, uma arrecadação ínfima.
Os jogadores santistas tem maltratado a bola ultimamente
Agora, o fator campo é determinante
e impulsivo. Ele é quem será o termômetro das ações do torcedor junto ao clube,
independentemente da paixão e tesão dele pelo seu clube de coração e nesse
quesito, a bola vem punindo e muito. Amor à camisa é utopia e até o mais
ilibado dos torcedores não levaria isso a sério, mas comprometimento é o mínimo
que se espera quando se veste uma camisa de “entortar o varal” que já teve
Pelé, Pita e Serginho Chulapa como protagonistas.
Apenas boa vontade e boas
intenções não é o suficiente para gerir um clube de futebol, principalmente
quando se é vidraça e tem o torcedor como o consumidor mais exigente do
mercado. Conchavos e conspirações não podem e não devem fazer parte do dia a
dia, mesmo que no futebol se faça necessário muitas vezes. O clube necessita
tomar as rédeas e ser dominante daquilo que oferece. O show não pode parar e o
torcedor agradece.