segunda-feira, 19 de novembro de 2018

SFC respira por aparelhos


Como pode um clube que arrecadou aproximadamente meio bilhão com vendas de jogadores na última década estar à beira do precipício quando o assunto são suas finanças e receitas? A resposta é simples, mas como explica-la, nem tanto e requer muita autocritica e um singelo exame de consciência.

Neymar, Ganso, Rodrygo, Gabigol, Danilo, Alex Sandro, Wesley, André, Jonathan, Zé Eduardo (até com o Zé Love o clube ganhou dinheiro), Alan Patrick, Felipe Anderson, Rafael, Thiago Maia, Geuvânio, Serginho e Emerson Palmieri são alguns dos atletas com os quais o clube arrecadou esse montante e hoje se vê na UTI agonizando por dias melhores. Como é possível? Com má gestão e transbordamento de vaidades principalmente.

Outro assunto que causa um grande desconforto é o tal embate Vila Belmiro vs Pacaembu, aliás, sobretudo quando o discurso de rincha é entre torcedores do próprio clube. Qual torcedor não gostaria de acompanhar a partida do seu clube de coração com um mínimo de conforto e comodidade? Mas será que no caso do Santos, o problema do baixo público é tão somente o local de mando das partidas? Enquanto isso, a arrecadação com bilheterias é acachapante e muitas vezes danosa aos cofres do clube.

Dificuldade na aquisição do ingresso é um problema recorrente, assim como a complexidade de pagar um simples boleto e até mesmo de recebe-lo ou gerar-se uma segunda via para pagamento da mensalidade de sócio torcedor via site do clube. Sim, isso é real e ainda acontece e o resultado é a baixa adesão na associação de novos contribuintes e até mesmo o aumento da inadimplência, gerando assim, uma arrecadação ínfima.  

Os jogadores santistas tem maltratado a bola ultimamente  

Agora, o fator campo é determinante e impulsivo. Ele é quem será o termômetro das ações do torcedor junto ao clube, independentemente da paixão e tesão dele pelo seu clube de coração e nesse quesito, a bola vem punindo e muito. Amor à camisa é utopia e até o mais ilibado dos torcedores não levaria isso a sério, mas comprometimento é o mínimo que se espera quando se veste uma camisa de “entortar o varal” que já teve Pelé, Pita e Serginho Chulapa como protagonistas.

Apenas boa vontade e boas intenções não é o suficiente para gerir um clube de futebol, principalmente quando se é vidraça e tem o torcedor como o consumidor mais exigente do mercado. Conchavos e conspirações não podem e não devem fazer parte do dia a dia, mesmo que no futebol se faça necessário muitas vezes. O clube necessita tomar as rédeas e ser dominante daquilo que oferece. O show não pode parar e o torcedor agradece.