Para aqueles que são amantes e
admiradores de futebol – e também para quem não é - a quarta-feira foi um prato
cheio e suculento, com direito a uma deliciosa e saborosa sobremesa, com belíssimas
e emocionantes partidas, para todos os gostos e esclarecidos no assunto da
peleja tupiniquim.
A Copa do Brasil tem nos
reservado histórias e roteiros que nem os melhores produtores de Hollywood
seriam capazes de escrever, com fatos imprevisíveis e detalhes surreais de dar
inveja a Steven Spielberg.
Na Vila Belmiro, o Santos
precisava vencer o Cruzeiro pelo placar mínimo para levar a partida às
penalidades ou por dois gols de diferença para garantir a classificação e,
assim, vinha conseguindo até os 35 minutos do 2º tempo. Vinha... Foi ai que
surgiu o personagem da partida: o atacante William e suas precisas
finalizações.
Tecnicamente melhor que o time
santista, o Cruzeiro esteve atrás do placar durante boa parte do jogo e via a
vaga para a final ficar distante. Já o alvinegro, inferior tecnicamente, mas
externando muita vontade, tropeçou em suas limitações e principalmente nas
falhas do sistema defensivo.
Foto: GazetaPress
O placar final de 3 a 3 reflete o
poderio ofensivo dos maiorais e excelentes sistemas ofensivos do futebol
brasileiro. A raposa de BH - muito mais equilibrada taticamente e com um
conjunto que vem atuando junto há quase dois anos - fez a diferença. Já o peixe
da Baixada, muito dependente dos lampejos de Robinho e sem a velocidade do
atacante Geuvânio, fez o possível dentro das suas limitações, mas não o
necessário para garantir a classificação.
No Mineirão, na partida mais
alucinante e emocionante da noite, colocou frente a frente o Flamengo do
“profexô” Wanderley Luxemburgo, que vencerá a primeira partida no Maracanã por
2 a 0 e abrirá uma ótima vantagem, e o Atlético do atacante selecionável Diego
Tardelli.
Se não bastasse ter vencido a
primeira partida, o Flamengo mesmo jogando acuado e sem chances de gol
conseguiu, num rápido contra-ataque, abrir o placar e assim aumentar ainda mais
sua vantagem pra cima do Galo de Minas. Mas a mística do #EuAcredito do
torcedor atleticano novamente entrou em campo. Mais uma vez...
O galo forte e vingador, assim
como em seu hino, fulminou toda e qualquer vantagem imposta pelo time rubro-negro,
que se viu numa rinha mineira, pronto para o embate e sabedor que o duelo seria
indigesto, e no final o urubu foi depenado e escaldado com impiedosos e
precisos 4 a 1, necessários para a classificação heróica mineira, que mais uma
vez aconteceu no palco do descurado 7 a 1 da Copa do Mundo.
Foto: GazetaPress
E para não deixar passar batido,
ainda tivemos o São Paulo jogando pela Copa Sul-americana, e mesmo com a
derrota por 3 a 2 para o Emelec, no Equador, garantiu sua heróica classificação,
em partida que teve duas viradas e emoção até o fim. Haja coração!
Respeito a toda e qualquer
opinião sobre admirar ou não de uma partida de futebol, mas essa quarta-feira
com certeza foi mais uma daquelas que será eternizada, para o bem ou para o
mal, na alegria ou na tristeza, na dor ou no amor, na memória do torcedor, como
só mais uma noite de futebol.