terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A grave crise financeira do Santos poderia ter sido evitada

O Santos Futebol Clube inicia o ano de 2015 com um novo mandatário. Modesto Roma será o presidente do clube no próximo triênio e terá uma ingrata e indigesta missão. Livrar o clube de uma gravíssima crise financeira que assola o alvinegro e faz com que inicie seu mandato com uma dívida de R$ 120 milhões: R$ 60 milhões de déficit e outros R$ 60 milhões de adiantamento de receitas previstas para o ano corrente. 

"A crise é grave, muito grave"- afirma o presidente prometendo muito trabalho e transparência e o principal, buscar recursos de imediato para quitar as pendências com os atletas, com o temor de perdê-los, já que alguns deles demonstraram publicamente suas insatisfações com a atual situação e até acionar o clube judicialmente se necessário.

E pensar que o cenário poderia ser diferente, se o clube fosse nos últimos anos administrado com competência e organização financeira, já que receitas oriundas de cotas de TV e patrocínios não eram problemas até meados de 2012 e o clube contava com o maior jogador brasileiro em atividade em seu elenco.

Mas nas mãos de inseguros e ardentes por poder de 'cartolas' sem conhecimento algum de como administrar e gerir um clube de futebol, o Santos e sua história foram deixados de lado e o momento político foi tomando conta dos corredores da Vila Belmiro e assim, a devastação se iniciou.

Como disse no inicio, o pior poderia ter sido evitado, e recursos das vendas de atletas poderiam ter ajudado a alavancar o clube em momentos de dificuldades e até mesmo reergue-lo, mas a última gestão, e no minha singela opinião, a pior da história santista, não teve competência de fazê-lo. 

Abaixo exemplifico com uma lista de atletas que vindos da vitoriosa base santista ou não, foram negociados - ou pelos menos a porcentagem que cabia ao clube - e que rapidamente demostra que os gestores tiveram aproximadamente R$ 265 milhões só com suas vendas a oportunidade de fazer o clube forte e vencedor, não apenas com títulos, mas em estrutura e recursos ativos, algo que hoje o clube não tem.

Antes de 2010

Robinho > R$ 42 milhões (60%)
Diego > R$ 14,4 milhões (50%)
Elano > R$ 15,6 milhões (60%)
Alex > R$ 25 milhões (80%)
Renato > R$ 9,3 milhões (100%)

Foto: GE
Robinho foi a maior venda da geração de 2002 do Santos


De 2010 em diante

Neymar > R$ 40,7 milhões (55%)
PH Ganso > R$ 23,8 milhões (45%)
Rafael > R$ 11,2 milhões (70%)
Danilo > R$ 10,6 milhões (37,5%)
Alexsandro > 2,4 milhões (15%)
Wesley > 7,91 milhões (35%)
Felipe Anderson > 11,3 milhões (50%)
Alan Patrick > R$ 6,9 milhões (50%)
André > R$ 5,31 milhões (35%)
Zé Love > R$ 6,1 milhões (60%)
Bruno Peres > 4,3 milhões (70%)
Montillo > R$ 26 milhões (100%)
Cícero > R$ 2 milhões (100%)

Foto: GE
Mesmo obscura, Neymar foi a maior venda da geração de 2010

Jogadores como Pará, Durval, Bruno Rodrigo, Bruno Aguiar, Adriano, Alan Kardek, Borges, Maikon Leite, Felipe e Henrique tiverem seus contratos encerrados e não houve interesse em renovar ou simplesmente foram colocados a disposição no mercado. 

Fonte: GE, TERRA e UOL (os valores e porcentagem podem oscilar de acordo com o site)


Um comentário:

  1. Os dirigentes do Santos deram o mesmo azar que a presidenta e diretores da Petrobras , é assim que funciona no Brasil , acho que me fiz entender né ?
    ab

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